Sunday, August 17, 2014

Quero

Gilda quer uma expressão, uma forma de carinho, um alguém, quer algo, quer poder subir na árvore e gritar...

Não consegue, não deixa.
Ela quer viver.
Vive ansiosa.
O que é esta ansiedade de viver tudo o que não viveu e achar, e botar na cabeça que o outro está ganhando. Ganhando o que?

O que é que Gilda está vivendo?
E se pergunta: "O que é a vida?"
O que é isso: "VIDA", com aspas e letras maiúsculas.
A qual não se permite viver intensamente. Por quê?
Por que o sangue ferve, por que as palavras explodem, encolhem, ficam encardidas, o que é isso?
Não se permite, por quê?
"Me diz, por favor, me diz...", ela se apavora.
Ela sabe, já descobriu.

Por que tanta preocupação? Por que não se permite aos momentos? Aos seus momentos?
Se não sabe, não sabe; é sincera. Não é dona da verdade. Por muito tempo se achou dona de muitas verdades, muitas delas desmitificadas depois.

O sentimento ainda sempre sufocado, estagnado, muito pensativo. "Ai que saco", pensa Gilda, e volta para o senso comum.
Pensa demais, mas pensamentos que não levam a nada.

Thursday, May 1, 2014

Mariluce

Mariluce se sente perdida. 
As palavras fogem. 
Encontra-se num sentimento de solidão e escuridão profundos. 
Acredita em Deus, nas energias positivas que regem a vida, mas ainda não acredita totalmente em si. 
Não se permite a permitir-se. 
Pode por horas ficar ali, escrevendo. 
E os pensamentos correm. 
Frenéticos, incessantes. 
Mas não ágeis no sentido de solução, movimento.
Sente-se inerte, parada, precise de palavras, do caderno, de um tato, do toque, do abraço. 
Precisa de carinho. 
Precisa e necessita ser tocada. 
Não por ela. 
Não consegue

Monday, April 28, 2014

Momentos

Esmaltes, perfumes, pimentas, presentes. 
Sapatos, álbuns, um almoço, um sofá. 
Uma oferta. 
Um afago, um carinho. 
O beijo gostoso no rosto, dado por uma criança. 
O beijo respeitoso na testa dado por quem se amou há muito tempo, e hoje, fica o carinho.
A nostalgia, o calafrio, o frio na barriga. 
O choro. 
A lágrima contida. 
O sentimento perdido, incerto, ingênuo, medroso, de tentar mais uma vez. 
Nada é em vão.
A vida é feita de momentos. 
Com a pureza que cada um deve ter. 
Sim, o medo de arriscar (mais) ainda existe. 
Eu quero é ser feliz.

Wednesday, April 23, 2014

O Rato

A família estava em pé de guerra!
Era copo pra lá, prato pra cá, o pai todo confuso, sem autoridade e a auto-confiança lá embaixo levada com as bolas do saco.
A mãe se fazendo de vítima e se sentindo agredida a todo o momento.
A qualquer sinal de mudança e ajuda por vir, o choro de desespero.
As irmãs por sua vez se digladiavam,  num ciúme intenso de quem "leva mais da boquinha".
Até que um belo dia, um "ratito bem pequeninito" resolve todo o problema.
Você há de me perguntar o porquê.
A casa estava nos horrores, e não por culpa de um só.
A culpa era de todos!
Até daquela desalmada, que foi embora antes e devia já ter resolvido o assunto há muito tempo...
O pequeno roedor (que nem era tão pequeno assim), driblou um, driblou dois.
O piscar de olhos engana, e às vezes, têm-se a sensação de estar vendo um espírito.
Quem sabe?
Às vezes...
O soluço aumentou.
O medo também.
Um pedaço de queijo com veneno no chão e o bicho encurralado.
A menina já com os cabelos em pé de não conseguir mais achar aquele bicho nojento, que lhe arrepia até os cabelos da "periquita".
Assunto resolvido.
Amanhã é dia de faxina geral na casa.
Entulho.
Pra fora.
Alguém quer contratar os serviços?

Thursday, April 17, 2014

Changes....

Funny though, how our life is. 
You miss some people and some others, do not miss you at all. 
Sometimes they can be in your life for 25 years and represent nothing. 
Some others, six months... And still... Nothing.
I miss my birthplace but also miss the place I have been living for five years.
It feels a bit odd and strange to have the feeling you belong nowhere until you find the love of your life. (Maybe not?)
Listening to melancholic songs which are playing on the radio and not knowing what the future holds.
She is going back in a couple of days and I wonder how they are.
I feel empty and lost, wanting to find my direction in this strange world.
Am I going to be able to find the answer one day?
Going back and feeling nostalgic about it. 
It upsets me. 
Again, leaving my beloved ones due to my own choices.
"Life goes on", is what people say and do.
They open and close shops. 
People die, people are born. 
You are healthy and in the blink of an eye you are feeling sick and might be ill. 
Old lovers get married, but none of them have kids YET.
You realise that your friends change. 
The new ones and also the old ones. 
An ant crossing the pages of my notebook while I am writing. 
I can feel the pain.
I watch my mum sleeping and feel I upset about the time we are missing and not spending together.
New job, new songs, new house, a new boyfriend... 
Feels like you are born again.

Wednesday, April 16, 2014

Caminhos

Vida... 
Qual será o próximo e mais certeiro passo? 
O que fazer? 
Para onde ir?
Reflete. 
Esquece. 
Acaricia a rosa (branca) novamente.
Bebe o vinho. 
Fecha a janela. 
VAI descobrir um mundo novo.

Monday, April 14, 2014

Você

Tem horas que é difícil ler você.
Uma selvagem, grossa, inexpressiva.
Eu sei que dentro de ti há algo melhor.
Uma jóia perdida, já lapidada, mas que se recusa em mostrar o seu encanto.
Uma força que se encontra negativa.

Friday, April 11, 2014

Toilette Drama

A jornada terminou, e é claro que a dor do parto é sempre dura, mas ir ao banheiro antes de uma viagem de trem é sempre recomendada.
O drama tem início já na entrada; decidir quem vai para qual lado da estação.
Ok. Direções resolvidas.
O segundo desafio, não falar francês.
Pagar 70 centavos de euro para ir ao banheiro.
Dinheiro na mão da funcionária - até então - troco recebido.
Acesso negado.
Barreira cultural.
A língua.
A tentativa de fazer "um xixi" totalmente frustrada.
Duas gringas tentando explicar em inglês o que os franceses não conseguiam entender.

Saturday, April 5, 2014

Arrependimento

Sim, sim, eu me arrependo de algumas palavras ditas. 
Talvez não as tivesse dito. 
Ainda me arrependo.
É o segundo ano.

Thursday, April 3, 2014

Vida...???

Vida.
Qual será o próximo e mais certeiro passo?
O que fazer?
Para onde ir?
Reflete.
Esquece.
Acaricia a rosa (branca) novamente.
Bebe o vinho.
Fecha a janela.
VAI descobrir um mundo novo.

Thursday, March 20, 2014

Contemplação

Na sacada, em seu apartamento parisiense, ela contemplava a noite e as rosas brancas que cresciam na janela.

Acariciava uma em especial. Já crescida, ela desabrochava, e aceitava a carícia de sua dona.

No apartamento, enquanto as outras se preocupavam desnecessariamente, ela escrevia, e via, os vizinhos barulhentos que faziam arruaça lá em baixo.

Wednesday, March 19, 2014

Decisões ...

Um, dois, três cigarros.
O vinho branco, a rosa branca. Mais um cigarro.
Respira fundo. Escreve. Faz o q realmente gosta.
Admira a torre Eiffel. Ao fundo.
A rádio na freqüência FM 90.5. Sua preferida.
A noite é clara, as nuvens escassas, a brisa boa, leve. No rosto.
Fica pensativa. Em decidir o que vai fazer de sua vida.