Tuesday, June 30, 2009

Regina

Regina se sente cada vez mais mulher quando se olha no espelho.
Mulher desajeitada, jeito de mulher macho.
O seu sentido e juízo feminino foi despertado. O sentimento aguçado. O tesão aflorado.
Antes era só na calça larga, tênis preto DHARMA (quem se lembra desta marca!?!), camiseta de banda de rock e uma xadrez manga longa por cima.
Tinha uma azul e outra vermelha. Roubou a preta e a verde dos irmãos.

Começou desde cedo. Aprendeu precocemente. Se foi certo, ao certo, não sabe.
Enfrentou. Gostou. Gozou. Chorou.
Traiu. Arrependeu. Fez de novo. Foi bom. Inesquecível. Aguçante.

De repente, mudou o ambiente. Gente fria. Frígida. Sem fala. Sem toque.
Esfriou. Se esqueceu. Anulou-se.

A calça jeans, a camiseta tipo ”Hering” e o tênis cano baixo agora são parte do seu dia-a-dia.
Batom. Maquiagem. Raspar os pêlos? Nada disso existe mais.
O cotidiano incessante, preocupante, massacrante, angustiante.

Eis que esquecido, de repente surge o toque.

Ele vem ali de baixo da espinha e sobe. Por cada fragmento e momento do corpo e vai até a pontinha da orelha esquerda.
Aquela língua molhada segue por debaixo da nuca e se enrosca na ponta debaixo do lábio.

Uma mordida. Duas. Três. Agora no corpo todo.
Ele desce. Ela sobe. Os ânimos se animam. O sangue ferve. O quarto esquenta – é de carpete – ferve.
O êxtase chega no auge do clímax.

Você em cima de mim. Dentro de mim. Lá no fundo.Eu gozo. De prazer. Eu choro.

Saturday, June 27, 2009

Ciúme de macho

Ele foi e deu uma cheirada no seu cangote, não foi?
É... pior que foi menina! Você não acredita! Nem eu. Acho.
Disse a eles que assim que a outra fulaninha entrar no jogo, eu fico logo pra escanteio.
Bom, eles me disseram que você ia ficar de reserva...
Sei lá, melhor que ser descartada direto com o cartão vermelho, não acha?
É.
A gente come junto, fuma um cigarrinho, toma uma coca-cola,dá uma volta no parque e come um chocolate. Até vai ----pras baladas---- juntos.
Ah... eu não gosto muito do fervo... então prefiro não sair.
Ah tá. Tudo bem então.

Ai.. conta sobre o cafuné...
Então... foi gostoso, mas o Jorge ficou com ciúmes.
Viu a cena toda. Eu não vi nada.
Estava dopada de tanta informação que nem senti nada. Só dei risada. Fiquei sem graça. Não sabia de nada e nem pensei que o Jorge fosse se importar.

Você gosta do Jorge?
O que posso dizer, é que Jorge é galante.
Jorge tem aquele jeito malandro de paulistano que está pronto pra dar o bote a qualquer momento se você der mole. Até você Julia. Até você não escaparia! Te dou garantia!!! Caiu na rede do Jorge, não é nem mais peixe, é sereia!

Jorge é homem bruto. Grosso. Não leva desaforo pra casa. Sabe utilizar as palavras certas. É decidido. É muito estratégico. Típico paulistano. Me excita muito, mas me deixa com medo. Ainda não sei distiguir quando ele está brincando ou quando está realmente falando sério. Homem tarado. Homem que se satisfaria só com uma trepada. E é só uma trepada mesmo... É isso o que ele quer. Enfiar no buraquinho e pronto.

Jorge me encanta. De todas as formas. Pela sua atitude. Pela sua grosseiria. Pelo jeito que me olha e que me come todinha com os olhos verdes que ele tem.
Do jeito que o Jorge dança. E que me pega de jeito e balança. Não balança meu coração, mas balança meu corpo. Me faz ter sonhos com ele. E me deixa com a vontade de ter mais. De vê-lo. De tocá-lo. Eu não perco nada. Ele perde. A dignidade dele. Bom, não sei. Talvez já deva estar perdida há muito tempo.

Sinto que não é certo. Jorge é fruto proibido. Fruto esquecido. Ponto.