Thursday, January 10, 2013

Alguém

"Alguém... Who wants to be (literally!) all over me." Era o que Janete pensava.

"Alguém que queira estar comigo, mas não aquele esquema 24/7 grudento, ciumento.  Pequeno. Mas ao mesmo tempo, ter sim alguém, que sinta falta do meu cheiro, do meu corpo quente e do meu pé gelado. Da meia furada e do travesseiro babado. Das noites intensas de amor fervente e avançado e dos momentos tranqüilos e desacelerados.  Que queira sentir o meu toque singelo, das palavras sussurradas ao pé do ouvido". É assim o pensamento de Janete, que, lá quase chegando aos 40, dizem que é a idade da loba mas, ela parece não estar esperando feliz por este momento...!

"Quero alguém pra dividir, alegrias, tristeza, e por que não, na saúde e na doença? Eu também quero sentir isto", pensa ela com o anel de ouro, dado pelo ex marido. 

Acredita ela que nestes longos anos de "solteirice" (não por opção), que tenha talvez aprendido a lidar e ver a vida de uma forma diferente (nem sempre!) e viver / ser mais independente. Se decepcionar, sim, ficar triste e até cair na "fossinha básica" (ninguém é de ferro né gente!) mas ao mesmo tempo colocar em ação o difícil exercício de não querer se enfraquecer com as relações mal sucedidas, que não levariam para lugar algum ou que não tivessem nenhum futuro ou possibilidade de ir pra frente. Sair fora, antes que se machuque mais ainda e que estrague ainda mais o seu coraçãozinho.

Cansada daquele "papinho", de sou bonita, inteligente, descolada, mas "não estou pronto para você neste momento, me desculpe"; e em poucos meses está feliz da vida com outra, e até hoje. Janete já não aceita mais. 

"Sabe de uma coisa?", disse ela,  "Cansei de ser mulher ponte. De ficar recolhendo "caquinhos" de homens mal resolvidos "provindos" de relações destruídas. De fortalece-los e depois levar um pé na bunda, mas daqueles assim com a botina bem lustrada e caprichada".

Não precisa ter um currículo perfeito, impecável; até porque perfeito, ninguém é. Não precisa falar seis diferentes línguas, carro na garagem, barco a vela esperando na marina, nem ser "cheio da grana". Não precisa ser PhD em Física ou Diplomata, nem puro de coração e sentimentos. Mas que a ame. Intensamente. E que com ela, só ela, queira estar, nos poucos momentos que estiverem juntos. E que não pense em ninguém nem nada. Só naquele instante. 

(Coitada da Janete, mesmo não acreditando mais em príncipe encantado, acha que o sapo ainda pode ser resgatado...)

Janete cansou de ser mulher independente. É óbvio, não quer ser dona de casa "full time", mas quer um companheiro, um homem, alguém que mesmo com bagagem (filhos, gato, cachorro e papagaio), esteja ali com ela e para ela, e que não traga os fantasmas do passado e o porta-malas cheio (com toda a mudança "de mala e cuia") de sentimentos pesados consigo, mas que esteja livre para um momento diferente, para novas experiências. 

Que o peso não esteja em suas costas, nem nas costas de ninguém. A gente não merece sofrer o sofrimento dos outros. A gente ajuda a se reerguer, mas precisamos de um colo também. Mulher maravilha, é só aquela dos quadrinhos do gibi meu bem.

Janete está aberta. Para tudo e para todos. E com esta abertura vêm as críticas. E que elas venham; pois somos diferentes, com um conceito diferente de vida, educação, crescimento e evolução. 
Experiências. Cada um vive a sua e sente do seu jeito. Imerso. Reflexivo. Distante. Pensante.  

Assim ela se expressa. Escreve. Nem sempre o que todo mundo gosta ou queira ouvir. Até porque "quem conta um conto, aumenta um ponto", e não se sabe até que ponto, se tudo isto é verdade.  

Até enquanto este momento não chega, ela espera. Sentada. E aberta, pra receber e consolar os companheiros de guerra. Dispostos e abertos para tentar e vencer a luta. Sem derramar sangue, é claro. 

Sunday, January 6, 2013

A história do chiclete

Sentimentos.
Assim como a dor de dente e de barriga, são as pessoas em nossa vida; elas vão e vem.

Tem vezes que dói bastante, incomoda. Parece que não vai passar. Às vezes nem tomando remédio ajuda. É tentar não pensar. É desviar o pensamento. Dar a atenção para situações, coisas, momentos que te deixam alegre.

Eu falo. O que sinto. De uma forma e um jeito diferente talvez. Tem gente que não gosta...
Bem... Paciência...
Esta, muitas vezes eu também tenho de ter.
Paciência é uma arte. E a gente solta o lado artista de vez em quando.

De bailarina, pra dar piruetas e correr do que acontece. Malabarista, para equilibrar as situações e não se desestabilizar. Palhaço, para muitas vezes rir para não chorar.

Paciência é assim, acontece com muitos de nós. Às vezes fica curtinha, mas depois ela volta ao normal. Passa.  Que nem a dor de dente. E a saudade. Ela passa também.

A saudade é como um chiclete.
Mas não como aqueles chicletes grudentos, chatos, que você mastiga um pouco, não gosta do sabor e logo quer jogar fora.

A saudade é como aquele chiclete Bubbaloo sabor de melancia (se não gostar, escolha aquele que prefere). É nostalgia boa, e você nunca vai se esquecer dos momentos bons que viveu. Nunca perde o gosto!

Acho que me desacostumei um pouco. De tantas "indas e vindas". Tanta gente passando, entrando e saindo do meu caminho, da minha vida. E é assim. A gente segue. Mas não esquece.