Regina se sente cada vez mais mulher quando se olha no espelho.
Mulher desajeitada, jeito de mulher macho.
O seu sentido e juízo feminino foi despertado. O sentimento aguçado. O tesão aflorado.
Antes era só na calça larga, tênis preto DHARMA (quem se lembra desta marca!?!), camiseta de banda de rock e uma xadrez manga longa por cima.
Tinha uma azul e outra vermelha. Roubou a preta e a verde dos irmãos.
Começou desde cedo. Aprendeu precocemente. Se foi certo, ao certo, não sabe.
Enfrentou. Gostou. Gozou. Chorou.
Traiu. Arrependeu. Fez de novo. Foi bom. Inesquecível. Aguçante.
De repente, mudou o ambiente. Gente fria. Frígida. Sem fala. Sem toque.
Esfriou. Se esqueceu. Anulou-se.
A calça jeans, a camiseta tipo ”Hering” e o tênis cano baixo agora são parte do seu dia-a-dia.
Batom. Maquiagem. Raspar os pêlos? Nada disso existe mais.
O cotidiano incessante, preocupante, massacrante, angustiante.
Eis que esquecido, de repente surge o toque.
Ele vem ali de baixo da espinha e sobe. Por cada fragmento e momento do corpo e vai até a pontinha da orelha esquerda.
Aquela língua molhada segue por debaixo da nuca e se enrosca na ponta debaixo do lábio.
Uma mordida. Duas. Três. Agora no corpo todo.
Ele desce. Ela sobe. Os ânimos se animam. O sangue ferve. O quarto esquenta – é de carpete – ferve.
O êxtase chega no auge do clímax.
Você em cima de mim. Dentro de mim. Lá no fundo.Eu gozo. De prazer. Eu choro.
2 comments:
a forma com que escreve não me faz querer parar de ler.
é tudo muito rapido.
não cansa.
é surpreendente.
adoro frases curtas.
faz um livro?!
imagine!!!
o fato é que adoro quando vejo que postou.
seus textos são realmente envolventes, e deliciosos de ler.
bisous.
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